A falência do ensino p[ublico e a questão das cotas
Enviado por alexander.albuquerque (não verificado(a)) em 5. fevereiro 2008 - 21:00
Resposta ao debate: http://www.jornaldedebates.com.br/debate/politica-cotas-nas-universidades-brasileiras-justa/artigo/falencia-ensino-publico-questao-das
A política de cotas nas universidades brasileiras é justa?
A surpreendente polêmica sobre o Estatuto da Igualdade Racial e a questão das cotas de ingresso nas Universidades Públicas para estudantes negros nos fazem refletir sobre os argumentos apresentados por defensores e opositores ao sistema de cotas. Vistas de forma geral, as manifestações das duas perspectivas são coerentes nas suas argumentações, porém, quando se fala em Sistema Educacional Brasileiro, cabe sempre um alerta acerca dos atores sociais que, por questões históricas, foram beneficiados pelo ensino público.
No Brasil colonial, ainda submetido pela "ideologia" da Contra Reforma Católica, o que consideramos como "educação pública" foram as missões jesuíticas de caráter evangelizador. As letras portuguesas serviram para sobrepor e substituir uma "cultura indígena" em estado de "selvageria" (não vamos entrar, por enquanto no mérito da questão). De forma geral, até a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, no início do século XIX, pode-se afirmar que a educação pública tinha basicamente um caráter confessional, ampliada ao longo do tempo nos internatos e outras formas de aprendizado incipientes. Os filhos varões das classes sociais mais abastadas completavam seus estudos na Europa voltando de lá com seus renomados canudos e anéis de "doutores" nos dedos (em geral bacharéis em direito e medicina).
Na primeira grande virada de página da história nacional moderna, a Independência do Brasil em 1822, não se fez ouvir o grito de lamento da imensa maioria de escravos negros que, naquele momento, não eram contabilizados como "povo heróico e bravo". A Independência do Brasil pertencia à minoria branca. O reparo