A Falta de Água em SP
Após quedas sequenciais no nível das represas do Sistema Cantareira, população sofre com o desabastecimento.
Principal fornecedor de água à população da Grande São Paulo, o Sistema Cantareira teve uma sequência de quedas no nível das suas represas - e o panorama já é considerado a pior crise da história na região. A rede, na sua totalidade, é responsável pelo abastecimento de 8,1 milhões de habitantes, população quase seis vezes maior do que o número de habitantes de Porto Alegre.
Com a falta de chuva constante, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) rejeitou a possibilidade de racionamento e passou a resgatar, ainda em maio, o chamado "volume morto": reserva técnica situada abaixo das comportas e que nunca havia sido usada.
Quase três meses depois, só se agrava a secura das torneiras dos paulistas. Conforme reportagem do jornal Folha de S. Paulo, as medidas adotadas pelo Sistema Cantareira nos últimos cinco meses já são equivalentes a uma situação de racionamento, com um rodízio de três dias sem água para cada 1,5 dia com abastecimento. Essa foi uma das alternativas adotadas para recuperar a rede e economizar água. Quem paga a conta, até agora, é o consumidor, que enfrenta a escassez de água e encabeça uma onda de reclamações.
COMO A CRISE PODERIA SER EVITADA?
Em 2011, experimentamos o extremo oposto. Fortes chuvas atingiram a região. As comportas dos reservatórios precisaram ser abertas para liberar o excesso de água. “Havia um nível superior a 100% no sistema, algo nunca antes registrado”, diz Francisco Lahóz, secretário executivo do consórcio PCJ (Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí).
LIÇÃO: não podemos mais desperdiçar chuvas como em 2011. As represas devem ser capazes de armazenar mais água nos anos de abundância. Os sistemas devem prever alternâncias