A evolução da condição humana
O homem foi definido no passado, de muitas maneiras. O Livro da Sabedoria adopta uma definição descritiva e quase poética do ser humano. O Génesis adoptou uma visão mais convencional, em que o homem surge como um ser acima da demais vida terrestre, com o direito de dominar os demais seres.
Para muitos cientistas somos seres com comportamentos e horizontes largamente determinados pelos genes.
Somos seres sociais e culturais, largamente dominados pelas ideias e sonhos que comungamos. O homem é um ser racional, dotado de dignidade, capaz de se elevar e aperfeiçoar.
Aqui estamos interessados em algumas características humanas e a sociabilidade é uma delas. A sociabilidade, ou a capacidade de viver, sobreviver e existir em coletividade parece ser uma das melhores caracterizações do Homem. Diferentemente do que ocorre com outras espécies, o Homem não se associa por instinto, mas por vontade. O Homem não é dependente, mas senhor da sociedade; não está nela devido aos instintos, mas porque assim o quer.
Entretanto aqui precisa se fazer uma ressalva. O ser humano também sente necessidades e tem medos. Portanto, não nos parece que o Homem seja, essencialmente, um ser social, mas se faz social a partir de suas necessidades e para superar seus medos.
Admitindo isso podemos dizer que a sociedade humana está assentada sobre os pilares do medo e das necessidades. A vontade de viver em grupo se deve ao fato de que o ser humano é limitado, o que significa dizer que tem necessidades e se tem necessidades ente medo de não as satisfazer. Além disso tem medo do que não conhece e do que já conhece. O medo em relação ao mundo, ao desconhecido provocam no Homem a consciência de sua limitação e daí a percepção de suas necessidades. Em razão disso decide-se por viver em grupo, pois o grupo, expressão da sociedade, é um fator de segurança. Em razão de suas necessidades e medos o ser humano se associa. Podemos dizer, portanto que a