A Etnobotânica e suas relações com a África
A trajetória histórica das plantas empregadas hoje no Brasil, em práticas médicas populares e em rituais religiosos de origem e influência africana será a base sobre a qual serão delineadas todas as considerações que permitirão, no desenrolar do trabalho, trazer esclarecimentos de real valor para o conhecimento das plantas utilizadas e o porquê de seus usos.
Para entender-se o trajeto das plantas, foi necessário um resgate cultural para desvendar de onde essas plantas vieram, para quê são utilizadas e quando começou-se a usar plantas para o tratamento de doenças; entendendo assim como foi estabelecido as relações étnicas e interculturais.
Desta forma, Jorge e Morais através de sua obra sobre a etnobotânica de plantas medicinais, afirma que há uma preocupação com o desvendamento e resgate do conhecimento referente ao uso que outros povos fazem dos elementos de seu ambiente natural, neste inserem-se os saberes relativos ao mundo vegetal, onde será feito um recorte especial para o estudo das plantas medicinais.
Sendo assim através do estudo, do conhecimento da natureza; as ciências naturais se desenvolvem e se ramificam em vários campos, no qual surge a etnobotânica em meados do século XX como campo científico que vem estabelecer o estudo das inter-relações (materiais ou imateriais) entre o ser humano e as plantas, mostrando que o uso das espécies vegetais com fins de tratamento e cura de doenças é utilizado até os dias atuais. Assim nos diz Moacir e Morais:
“Com o desenvolvimento das ciências naturais e, posteriormente da antropologia, o estudo das plantas e seus usos por diferentes grupos humanos passou a ter outra visão. A partir de meados do século XX, a etnobotânica começa a ser compreendida como o estudo das inter–relações entre povos primitivos e plantas envolvendo o fator cultural e sua interpretação.” ( Jorge e morais)
Portanto a etnobotânica é um termo relativamente recente e pode ser considerada como um conjunto