a etica do trabalho
"O melhor médico é também um filósofo" [Galeno]
O Sexto Congresso Mundial de Bioética, realizado em Brasília entre 30 de outubro e 03 de novembro do ano passado teve como tema central O Poder e a Injustiça. Trazer para esta discussão a lógica da filosofia em sua interface com a Medicina é contribuir para uma profunda compreensão em torno do poder em sua relação com a ética do cuidado (SIQUEIRA, 2002:89-106) com a saúde integral do homem (LEO, 2002:51-72).
I. Por que uma Filosofia da Medicina? Por que uma atitude de reflexão, hoje, sobre o biopoder?
Na discussão sobre bioética, a temática de equiparação entre o médico e o filósofo, da relação Medicina-filosofia, na integração de seus saberes, pode, talvez, suscitar algum questionamento importante, principalmente, quando, em nossos dias, a evolução dos aparatos médicos é tão grande, que temos, muitas vezes, vontade de superar a facticidade humana e instaurar um reino de utopias, de "preocupações e razões de esperança", no qual, pela ajuda da técnica e do desenvolvimento científico, o homem possa desafiar a morte. Para isso contribuem, sem dúvida, as excentricidades que os meios de comunicação, todos os dias, veiculam, como também um desejo humano de prolongar a existência e superar a doença.
A filosofia, integrada com outros sistemas de conhecimentos humanos em evolução, a Medicina e o Direito, por exemplo, se confronta com novos desafios (JAPIASSU, 1997), "o de pensar-se nos dias de hoje", de descobrir outras e diversas condições históricas da Globalização, de repensar as drásticas rupturas epistemológicas a serviço da Humanidade.
É o tempo propício de se conceber e de se praticar esta interdisciplinaridade, da Filosofia com estes saberes, entre outros: a habilidade profissional de buscar um outro modo de ver e de pensar as realidades em suas múltiplas dimensões, entre as quais as novas teorias da linguagem de Bioética em sua relação com a Medicina decorrentes dos avanços