A escravidão e suas conseqüências para o conceito do trabalho assalariado são o tema abordado pelo autor, nesse texto. Apesar do título Formas de Escravidão no Brasil o autor explica que "embora o plural aqui – formas – seja impróprio já que houve uma forma apenas de escravidão que é a de escravidão pura e simples, ou seja, a propriedade do homem e pelo homem" (p. 83), não é impróprio falar da escravidão no Brasil, visto que, no processo da globalização o problema do trabalho é muito questionado. Ao visitar Luanda, uma cidade angolana, o autor descreve a imensa pobreza que a população vive, onde, literalmente, muitos morrem de fome , um país que séculos antes era explorado por sua mão-de-obra escrava, contribuindo com cerca de 80% dos escravos trazidos para o Brasil, e que hoje não desperta nem mesmo este interesse, provando que a desvalorização da criatura humana leva ao trabalho redundante ou inútil. Discutindo sobre o trabalho assalariado no Brasil, que é muito recente, o autor mostra que o conceito ocidental da "ética do trabalho" como sendo a valorização do trabalho, não existe no país porque "o trabalho foi desonrado no Brasil pela escravidão" (p. 84) e a ociosidade é o que realmente dignifica o Brasil. Dentre os países, o campeão universal da escravidão é o Brasil e isso caracteriza a história brasileira em desigualdade civil, econômica e política. O trabalho no Brasil não é valorizado e sim tido como humilhação para o indivíduo, especialmente trabalhos manuais próprios dos escravos. O autor destaca ainda que a grande maioria dos brasileiros não tem um trabalho assalariado e que a ética do trabalho é acentuado em poucas regiões brasileiras como o Rio Grande do