a escola do trabalho e o trabalho da escola
Brandão nos mostra que a educação pode ocorrer onde não há escola e por toda parte pode haver redes e estrutura sociais de transferência de saber de uma geração a outra. A evolução da cultura humana levou o homem a transmitir conhecimento, criando situações sociais de ensinar -aprender-ensinar.
Afirma que a educação é praticadaA educação aparece sempre que surgem formas sociais de condução e controle da aventura de ensinar e aprender e quando ela se sujeita a pedagogia, torna-se ensino formal, cria situações próprias para seu exercício e constitui executores especializados. É quando aparece escolas, alunos e professores.
Com o advento das escolas, o saber comum se divide e surgem hierarquias sociais, a educação vira ensino que inventa a pedagogia, reduzindo a aldeia à escola e transformando “todos” em educador. Este saber elaborado é transmitido desigualmente, promovendo a diferença, e o grupo reconhece neles por vocação ou por origem e espera em cada um deles um trabalho especializado. No entanto, a rede de troca do saber mais persistente e universal da sociedade humana é a família.
A educação comunitária reproduzia a igualdade entre os membros da comunidade, agora passa a reproduzir a desigualdade social por sobre igualdades naturais - este sistema de ensino é originário da educação greco-romana e é talvez nestas sociedades que estejam as respostas para nossas indagações. A Grécia é o berço da filosofia que permeia a conduta de nosso mundo ocidental. O autor faz uma breve viagem na história e nos mostra claramente a separação das classes já existente no contexto da Grécia. Vale a pena observar os textos atribuídos a Solon 600 AC, Xenofonte 400 AC, dois grandes pensadores, a saber: “As crianças devem antes de tudo aprender a nadar e a ler em seguida os pobres devem