A era dos extremos
No primeiro capítulo de seu mais famoso livro, Eric Hobsbawm vai expor suas idéias sobre as duas Grandes Guerras mundiais, bem como o período de vinte anos de interregno entre as duas. Porém, Hobsbawm vai ser claramente a favor de compreender as Grandes Guerras do século XX como uma única grande guerra de 31 anos. Uma guerra que começa em 1914 com o assassinato de Francisco Ferdinando e termina com as bombas americanas lançadas sobre Hiroshima e Nagazaki em 1945. Vai ser esta a principal tese que o autor vai defender neste capítulo, apontando as características deste período da História. Além de também defender esta única Grande Guerra, em decorrência disso, defende a teoria de um período de guerra total, ou seja, quando todos os recursos e atenções das principais potências do mundo estão voltados basicamente para os esforços da Guerra.
Na primeira parte de seu primeiro capítulo, o historiador vai falar um pouco mais sobre a Primeira Guerra Mundial, embora deixe bem claro que já tenho falado melhor sobre ela e sobre suas causas em seu livro anterior, Era dos Impérios. Hobsbawm aponta que, antes de 1914, o mundo passou por 100 anos de relativa paz, apenas interrompida pela Guerra da Criméia, entre 1854-6. Em 1914 o mundo vai entrar em uma guerra que vai durar 31 anos e vai deixar milhões de mortos no mundo todo literalmente.
Até então não houvera, em absoluto, guerras mundiais. Tudo isso mudou em 1914. A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as grandes potências, e na verdade todos os Estados europeus, com exceção da Espanha, os Países Baixos, os três países da Escandinávia e a Suíça. Embora a ação militar fora da Europa não fosse muito significativa a não ser no Oriente Médio, a guerra naval foi sem dúvida global, assim como na Segunda Guerra Mundial.
Para Hobsbawm, o que de muito importante vai marcar esta