A Era do Globalismo
Recensão
Ianni, Octavio. A Era do Globalismo. RJ: Civ. Brasileira, 1997.
02 de julho de 2012
A ERA DO GLOBALISMO
A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. De maneira lenta e imperceptível, ou de repente, desaparecem as fronteiras entre os três mundos, lentamente, embaralha se o mapa do mundo, as noções de colonialismo, imperialismo, dependência e interdependência, assim como as de projetos nacionais, capitalismo nacional, socialismo nacional, mudam de significado. Simultaneamente, começam a emergir novos pólos de poder, revelam se os primeiros traços de outros blocos geopolíticos, onde as nações consolidadas, os sistemas de alianças que pareciam convenientes e permanentes, abalam se ou desabam. Mais uma vez, no final do século XX, o mundo se dá conta de que a história não resume no fluxo das continuidades, sequencias e recorrências, mas que envolve também tensões, rupturas e terremotos. E começou outra época muito diferente, surpreendente. Está em curso novo surto de universalização do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório. O desenvolvimento do modo capitalista de produção, em forma extensiva e intensiva, adquire outro impulso, com base em novas tecnologias, criação de novos produtos, recriação da divisão internacional do trabalho e mundialização dos mercados. As forças produtivas básicas, compreendendo o capital, a tecnologia a força de trabalho e a divisão transnacional do trabalho, ultrapassam fronteiras geográficas, históricas e culturais, multiplicando se assim as suas formas de articulação e contradição. Esse é um processo simultaneamente civilizatório, já que desafia, rompe, subordina, mutila, destrói ou recria outras formas sociais de vida e trabalho, compreendendo modos de ser, pensar, agir, sentir e imaginar. A nova divisão