A era de Vargas Por Boris Fausto
No Brasil, os anos de 1930 a 1945 foram marcados pela figura e personalidade centralizadora, autoritária e, ao mesmo tempo, modernizadora, de um presidente chamado Getúlio Vargas.
Por essas características fortes, Vargas passou por muitos desafios em seu governo. Enfrentou diversos problemas internos, das forças que o amparavam, tendo como maior dificuldade a relação com os tenentes que apoiavam a Revolução de 30, mas ao mesmo tempo tinham suas ideias formadas a respeito do que deveria ser feito. Por causa disso, aconteceu um confronto de disputa política e não armado, e esse confronto levou alguns tenentes a saírem do Exército, outros a apoiarem outros movimentos, mas a maioria continuou seguindo Vargas. E ainda os problemas externos, causados pelas elites regionais dos Estados, que não se conformavam com a política centralizadora de Getúlio. A maior crise externa foi com a Elite do Estado de São Paulo, que gerou uma Revolução em 1932, chamada Revolução Constitucionalista. Mas São Paulo foi derrotado pelas forças do Governo Federal. De tal Revolução, teve uma Assembleia constituinte que aprovou uma Constituição em relação à jornada de trabalho, trabalho infantil, repouso e férias.
Mas o que mudou de fato a partir do Governo de Vargas, em 1930?
A economia e a educação passaram por fases muito positivas. A produção do café e do algodão estava em alta, dando possibilidade de exportação. Na educação, Getúlio lançou o ensino técnico, melhorou e padronizou o ensino nos níveis secundários e universitários.
Mas o surgimento do Golpe do Estado Novo (Novembro/37), regime que assumiu traços de uma ditadura, fez com que muita coisa mudasse. Foi cortada a liberdade de expressão. Não deveria ter lugar para os partidos no país, fazendo de Getúlio Vargas o “chefe supremo”.
Em 1944 houve a crise do Estado Novo, banindo as ideias autoritárias de 30. Com isso, Getúlio tentou se apoiar em um tipo de mobilização popular, o que causou aborrecimento aos militares,