Eleições Presidenciais no Brasil durante a República Populista
“Nas quatro eleições presidenciais desde 1945, o eleitorado crescera bastante, como resultado da urbanização e do maior interesse pela participação política. De 5,9 milhões em 1945, passou a 7,9 milhões em 1950; 8,6 milhões em 1955 e finalmente 11,7 milhões em 1960, na última eleição direta para presidente da República que o país conheceu até 1989. (FAUSTO, p.437)
Questão: Será que apenas a urbanização e o maior interesse pela participação política da população brasileira, como comenta Boris Fausta na citação acima, dá conta de explicar o crescimento do número de eleitores durante o período que abrange a chamada República Populista?
Talvez, esse parágrafo do livro História do Brasil de Boris Fausto (capítulo 8.7) traga um relato resumido sobre esse fenômeno.
Esse texto pretende, através de pesquisa realizada se utilizando de outras fontes, trazer uma visão mais detalhada que ajude a analisar o crescimento do eleitorado nas quatro eleições do período chamado de República Populista1.
Eleições presidenciais de 1945
Segundo Boris Fausto:
“As eleições de 1945 despertaram um grande interesse na população. Depois de anos de ditadura, a Justiça Eleitoral ainda não ajustara o processo de recepção e contagem de votos. Pacientemente, os brasileiros formaram longas filas para votar. Na última eleição diretas à presidência da República, em março de 1930, tinham votado 1,9 milhões de eleitores, representando 5,7% da população total; em dezembro de 1945 votaram 6,2 milhões2, representando 13,4% da população.” (FAUSTO, 398)
A eleição de 1945 é considerado como um marco, não só por ser a primeira eleição realizada após anos de um Estado autoritário, mas também porque ela é considerada uma eleição limpa e com expressiva taxa de comparecimento dos eleitores às urnas. Mas outros fatores explicam essa adesão do eleitorado brasileiro que não só “um grande interesse da população” como cita