A era da Pilula
Símbolo da revolução feminina, método de contracepção conta com nova geração segura e confiável de medicamentos
O dia era 18 de agosto. O ano era 1960. Uma revolução da sexualidade, em especial a feminina, estava em curso. Era lançada no mercado americano a primeira pílula anticoncepcional. A medicação havia sido aprovada pelo FDA , sigla em inglês para a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, em maio daquele ano, e agora chegava às farmácias.
Até o seu desenvolvimento, as coisas não foram muito fáceis para o biólogo Gregory Pincus, especialista em reprodução feminina e considerado o “pai da pílula”. Precisava trabalhar às escondidas, pois os contraceptivos estavam oficialmente proibidos nos Estados Unidos até 1965. Isso dificultava o acesso a recursos financeiros que pudessem custear suas pesquisas, bem como a obtenção de apoio de universidades e indústrias farmacêuticas. As pesquisas tomaram um rumo promissor quando ele se associou à feminista Margaret Sanger, católica, porém engajada em um programa de controle da natalidade, e à milionária Katherine McCormick, de quem recebeu respaldo financeiro para o projeto.
No entanto, essa primeira marca de anticoncepcional foi lançada com uma concentração muito alta de hormônios. Sua composição era de 150 mg de estrogênio sintético e 9,85 mg de derivado de progesterona, ou seja, dez vezes mais hormônios do que as pílulas atuais.
Em 1961, chega ao Brasil e Europa a primeira pílula a ser lançada nesses mercados. Era fabricada por um laboratório alemão. Atualmente, a Bayer é líder mundial e no Brasil em saúde feminina.
Símbolo da revolução feminina
Para minimizar os efeitos colaterais, as pesquisas continuaram até que, na década de 1970, chegou-se a uma segunda geração de pílulas com menos hormônios e sem perda da eficácia. E a uma terceira, em 1990, que além da menor quantidade de hormônios, trazia também benefícios adicionais para melhorar a qualidade de vida da mulher, como alívio