A Engenharia
2009 volume 13 | número 1
Mais do que um grande congresso científico e maior evento organizado pela ABCM, o COBEM é o momento de um balanço bienal de nossa associação. Uma reflexão sobre o que produzimos nestes últimos anos e sobre os desafios que o futuro coloca diante de nós como membros da ABCM e como praticantes, pesquisadores e professores nas áreas das ciências e da engenharia mecânica.
Dentro destes novos desafios estão, entre outros, a modelagem de problemas multi-escala (do nano ao macro) e multi-física (mecânica do contínuo, eletromagnetismo, forças em diversas escalas, fenômenos de superfície, fenômenos químicos e suas interações). Os problemas de modelagem e experimentais não respeitam barreiras acadêmicas entre as áreas do conhecimento e nossa organização, seja na empresa, no instituto de pesquisa ou na universidade tradicionais, não atende mais à necessidade da indústria e da sociedade. Os muros e compartimentos que dividiam as ciências básicas e estas das engenharias - se é que um dia existiram - desabaram de vez. É preciso reinventar nossos currículos e nosso modo de nos relacionarmos em equipes multidisciplinares. É preciso que as empresas se envolvam mais no financiamento de nossos pós-graduandos para que possamos atrair as melhores cabeças para a pesquisa, desenvolvimento e inovação. As principais instituições de ensino e pesquisa no mundo já operam grandes mudanças no sentido da interdisciplinaridade.
Como país com universidades de menor tradição e longevidade, não podemos permitir que nossas escolas sejam mais conservadoras do que nossas irmãs mais velhas. Nosso país vive um momento único em sua história, onde nos é dada a oportunidade de crescer e nos juntar ao clube das nações mais desenvolvidas. Precisamos nos mostrar à altura dos desafios à frente. Não é tempo mais de choramingar a falta de recursos para a pesquisa e o ensino, mesmo porque isto simplesmente não é mais verdade e não explica