A Educação Física precisa entrar em crise
Muito se tem discutido do papel da Educação Física e seus conceitos. Há uma dificuldade em explicar o que realmente é a Educação Física, pois, nem a própria tem conseguido se justificar. Afinal, quando se fala em Educação Física pensa-se logo em corpos sarados, suados e dispostos somente a malhar. Isso tem acontecido porque número de pessoas que tem buscado este curso é ascendente, e, grande parte dessas pessoas busca um corpo perfeito. Ao se depararem com o verdadeiro e atual sentido da Educação Física se frustram, ou, até mesmo, despertam para o verdadeiro sentido da mesma. O problema, segundo o autor, é a definição, difusão e aprimoramento desse sentido. Segundo ele, para definir o seu papel e clarificar sua ação a Educação Física deve entrar em “crise”. E, a princípio, essa recomendação pode parecer-nos temerária e irresponsável. Porém, à medida que conscientizamo-nos, do sentido atribuído por ele à palavra “crise”, compreendemos o quanto ainda somos influenciados pelas ideologias dominantes, e, como se faz imperiosa a necessidade de modificarmos nossa conduta a “crise” é o momento oportuno para as mudanças. Sem a “crise”, o organismo não percebe as anomalias latentes em seu íntimo, e a crise da Educação física é, exatamente, a ingênua posição histórica de neutralidade política que, por muito tempo, perdurou em seus pressupostos teóricos, filosóficos e pedagógicos. O profissional em Educação Física, por muitos anos, tem figurado como o detentor e transmissor de técnicas corporais padronizadas. Nesse trabalho especializado e utilitarista, não havia espaço para a crítica. Os fatos cotidianos, culturais e históricos, a discussão e compreensão desses fatos, passavam bem longe do universo da Educação Física. Isso porque, considerava-se que a Educação (e principalmente a Educação Física) não devia envolver-se com a política. A política era coisa de políticos. A Educação, coisa de educadores. O autor lança-nos de encontro