A EDUCAÇÃO FÍSICA EM UMA PERSPECTIVA MULTICULTURAL E AS RELAÇÕES DE GÊNERO NA ESCOLA.
Ana Paula da Silva Santos
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro
Resumo
Vários estudos apontam mudanças significativas no que se refere a diversidade de tradições políticas, étnicas, sociais, religiosas e de gênero configurando identidades plurais que expressam-se nas distintas esferas sociais. Neste sentido, o multiculturalismo refere-se a compreensão da sociedade formada por identidades plurais, com base na diversidade de classe social, gênero, etnia, raça, padrões culturais e linguisticos, assim como outros marcadores identitários. Gênero, aqui entendido como construto cultural, tem sido moldado sob a ótica da hegemonia. Visando refletir sobre essas questões, este artigo, de cunho bibliográfico, buscou analisar o multiculturalismo e suas contribuições na superação do sexismo nas aulas de Educação Física. De acordo com a análise, uma prática multiculturalmente orientada caminha em direção a um ensino que considera seriamente a vida dos estudantes, abrindo espaço não só para a diversidade de gênero, mas para a diversidade de etnia, classe social e raça presentes na sociedade contemporânea. Assim, questionar, desnaturalizar e desestabilizar essa realidade discriminatória e excludente, no qual se insere o sexismo, constitui um passo fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e mais igualitária.
Palavras-chave: Educação Física – Multiculturalismo – Gênero.
Introdução:
A educação no Brasil, atualmente, nos remete a pensar em diferentes sujeitos, em identidades híbridas e atores de diferentes realidades e culturas. Assim, trata-se de não somente respeitar as diferenças, mas também de questionar e problematizar a origem destas diferenças, assim como desafiar práticas homogeneizadoras que silenciem a pluralidade cultural.
Candau (2008) afirma que não há educação que não esteja imersa nos processos culturais de contextos específicos. Segundo a