A EDUCAÇÃO FAZ A DIFERENÇA
A partir dos 4 anos surgem as primeiras manifestações de discriminação. A escola e os pais devem trabalhar juntos para inibir esse tipo de comportamento
Pode parecer difícil de acreditar, mas, a partir dos 4 anos, crianças já podem ser alvo de manifestações de preconceito, principalmente na escola. Nesse período da infância, a cor da pele, as deficiências físicas ou mentais, os óculos, os quilos a mais ou mesmo o rendimento nas aulas passam a ser motivo para deboche e piadinhas. Especialistas apontam vários motivos para o aparecimento desse tipo de comportamento e ressaltam a necessidade de se trabalhar com a questão tanto na escola como em casa.
“O preconceito começa a se manifestar desde muito cedo devido à forma como a família lida com as diferenças. Mas é quando a criança começa a desenvolver a comunicação verbal que é possível perceber que ela já absorveu essas concepções”, explica a psicóloga Vera Regina Miranda, professora do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e da Universidade Positivo.
A professora do setor de Educação da Universidade Federal do Paraná, Tânia Maria Baibich-Faria, acrescenta que essa idade é significativa para as crianças, pois marca o começo do relacionamento em grupo. Isso ocorre, principalmente, em função do ingresso na escola. A psicóloga clínica Denise Heller, professora da Universidade Tuiuti do Paraná, diz que, a partir dos 4 anos, a auto-imagem do indivíduo começa a se formar, fazendo com que a criança preste atenção também à imagem corporal dos colegas e passe a fazer uma separação entre o que considera feio e o bonito.
Um novo estudo constatou que as crianças que convivem com pessoas preconceituosas, mesmo que tenham experiências positivas em relação a um grupo de pessoas, tais experiências valem menos do que as ideias negativas que elas estão acostumadas a escutar em seu convívio, principalmente quando os pais são os responsáveis por tais ensinamentos.