A ECOLOGIA DO CRIME
Artigo de Elaine Coelho
Advogada formada em Direito pelo Uniceub e
Jornalista formada em Jornalismo pela Unb
A experiência de estudar, ou morar por algum tempo, no exterior é provavelmente uma das mais enriquecedoras que há. Estudar principalmente, eu diria, pelo fato de sermos expostos ao ambiente acadêmico, altamente produtivo aqui nos Estados
Unidos. Entretanto, a mais enriquecedora das experiências, está na possibilidade de olhar seu próprio país por ângulos diferentes.
As diferenças culturais e principalmente econômicas entre Brasil e Estados Unidos são óbvias, mas não superam as semelhanças político-administrativas. Em relação ao meu campo de estudo, por exemplo, o sistema judiciário e em específico o sistema penitenciário americano, os problemas e obstáculos enfrentados são os mesmos que o Brasil enfrenta. A diferença está, entretanto, na atenção e na abordagem que tais problemas recebem do governo e do meio acadêmico.
Em um dos primeiros trabalhos que produzi para o meu mestrado, indiquei a crise social e econômica do nosso país como o principal fator dos altíssimos índices de criminalidade no Brasil, assertiva esta criticada pelo professor da disciplina, PhD em
Justiça Criminal, que me alertava então para outros fatores tratados por diversas teorias do crime que também contribuem para o aumento dos índices de criminalidade. Dois anos mais tarde e centenas de livros, pesquisas e artigos lidos sobre o assunto, devo concordar com Dr. Castellano que há, sim, outros fatores envolvidos nas causas do crime e da delinquência, afinal o que explicaria a maior potência do mundo também ter a maior população carcerária do planeta.
Por outro lado, dentre todas as teorias que tentam explicar as causas da criminalidade, a que faz mais sentido, na minha modesta opinião, é a chamada Teoria da Desorganização Social. Exatamente porque tal teoria incorpora explicações e opiniões de outras correntes. Evidentemente que nenhuma corrente explica por si só
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