A dúvida de Cézanne – Fichamento Merleau-Ponty inicia o texto falando sobre a doença de Cézanne, o modo de ser de Cézanne e como ele pintava. Depois fala sobre arte e por fim relaciona com Leonardo da Vinci e fala também da Psicanálise. Para Merleau-Ponty Cézanne quis juntar realidade e sensação na pintura. Não apenas pintar o real, o que aparecia, mas o que aparecia para ele da forma como ele captava. Para Cézanne o que os outros pintores fazem é pintar o que de fato nós não vemos, a exemplo de uma perspectiva, que difere o que vemos da leitura que fazemos sobre aquilo. Cézanne aproxima-se do impressionismo ao querer pintar a natureza mas afasta-se na medida que mistura a sensação do que sente daquilo com aquilo que é visto. Cézanne chega a se questionar, ao envelhecer, se a novidade de sua pintura não vinha de um distúrbio nos olhos (p.125). Se toda a sua vida não se apoiaria sobre um acidente de seu corpo (p.125). Merleau-Ponty conta que em certa fase de sua vida Cézanne queria evitar contato com amigos e pessoas que o avistassem e quisessem lhe cumprimentar. Merleau-Ponty diz que seu apreço pela natureza e devoção ao mundo visível não seria senão uma fuga do mundo humano. Merleau-Ponty fala que o sentido da obra de Cézanne extrapola o sentido da vida dele, apesar do encontro: O sentido de sua obra não pode ser determinado por sua vida (p.128). Merleau-Ponty fala que Cézanne pinta antes a cor do que o desenho. No desenho há estudo de perspectiva, forma, e sistematização do espaço, o que Cézanne, de certo modo, abandona. Cézanne modifica os contornos e usa uma gama de cores em suas pinturas. Cézanne diz que os clássicos fazem um quadro e nós tentamos um fragmento da natureza p. 130. Segundo Merleau-Ponty (p.130) “sua pintura seria um paradoxo: buscar a realidade sem abandonar a sensação, sem tomar outro guia senão a natureza na impressão imediata, sem delimitar os contornos, sem enquadrar a cor pelo desenho, sem compor a perspectiva nem o