A distensão do Regime Militar
A estabilidade política alcançada no mandato de Médici possibilitou ao presidente indicar o nome do seu sucessor (processo eleitoral de natureza antidemocrática).
Aliança Renovadora Nacional (ARENA) controlava as duas casas legislativas: Senado e Câmara Federal. Mesmo assim, o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que fazia o papel da oposição "consentida" no período da ditadura, lançou uma candidatura de protesto com Ulisses Guimarães, candidato a presidência; e Barbosa Lima Sobrinho, como vice-presidente. Conforme o esperado, o Congresso Nacional referendou o nome de Ernesto Geisel como presidente da República.
Distensão lenta, gradual e segura.
Geisel assumiu o governo prometendo retorno à democracia por meio de um processo gradual e seguro. Também denominado de "distensão". Isso incluía a suspensão parcial da censura prévia aos meios de comunicação e a revogação gradativa de alguns dos mecanismos mais explícitos de coerção legal. É preciso salientar, porém, que o projeto de distensão não refletia a crença na democracia, tanto por parte de Geisel como dos militares que participavam de seu governo. Na verdade, a distensão era um projeto preconizado como uma "saída" para que as Forças Armadas se retirassem do poder. Crise da economia
Em 1974, o ciclo de prosperidade da economia brasileira chegou ao fim. O grande salto desenvolvimentista e o crescimento industrial e produtivo (o chamado "milagre econômico") duraram enquanto as condições internacionais eram favoráveis. Este ciclo se encerrou quando os empréstimos estrangeiros se tornaram mais escassos e quando o preço do petróleo aumentou significativamente. O aumento do custo de vida e a contenção dos salários aumentaram o descontentamento dos trabalhadores. As greves estavam proibidas, o governo controlava os sindicatos e determinava os reajustes salariais. Neste contexto, o descontentamento dos trabalhadores foi se acumulando até que em 1978, os operários