O CONCEITO DE RAZÃO EM KANT
Qual a diferença entre estes dois tipos de conhecimento? Comecemos com a análise da palavra histórico; vem do grego historê que, na sua génese, significa algo paralelo à empeiria, isto é, conhecimento adquirido a partir dos dados tal como Kant o define "cognitio ex-datis".
Aquele que tem um conhecimento histórico é aquele que aprende aquilo que lhe é dado, é um conhecimento pelo qual não sou o autor logo não sou responsável. Podemos perguntar: Será que este sujeito sabe realmente algo? Kant diz-nos que sim; ele sabe o que lhe foi dado ele assume uma atitude passiva perante o conhecimento daquilo que lhe é dado, pois limita-se a aprender. A razão desse sujeito do conhecimento está alheia daquilo que conhece.
Do ponto de vista do objecto o sujeito que possui tal conhecimento ("ex-datis") possui um conhecimento racional, mas do ponto de vista subjectivo (a partir do sujeito) o conhecimento que possui é meramente histórico.
Kant chama a este homem "máscara de homem vivo" pois com efeito ele limita-se a "papaguear" o que é dado e que foi elaborado por outro. Daí a afirmação de que ele se formou segundo uma razão alheia. Nesse conhecimento há razão só que não é do sujeito que o apreende mas do sujeito que o criou, que o pensou e elaborou.
Para que um conhecimento possa ser considerado racional subjectivamente (por parte do sujeito) é preciso que tal conhecimento seja tirado das fontes universais da razão (e não da experiência) donde poderá resultar a crítica e até a rejeição daquilo que se aprendeu "ex-datis".
O conhecimento racional é pois "ex-principiis".Conclui-se assim que o conhecimento racional questiona o conhecimento apreendido o conhecimento que lhe foi dado. A partir dessa questionização o sujeito poderá rejeitar criticar o conhecimento apreendido. Mas será só isto? Não o sujeito criará e elaborará algo