Geisel 1974: a desconfiança mútua do regime.
1991 palavras
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Geisel 1974: a desconfiança mútua do regime1. Durante a primeira década do regime ditatorial no país, o Brasil conheceu nos final dos anos de 1960 e início da década seguinte um de seus períodos mais violentos do todo o período autoritário. Assim, os anos ´´Médici`` foram por sinal, os mais repressivos até onde o país havia passado desde que o golpe fora deflagrado em março de 1964. Se até os primeiros anos antes do AI-5, havia algum terreno de manifestação de algum tipo de liberdade ´´democrática``, com manifestações populares, composta principalmente por estudantes-trabalhadores – como bem lembrou Ridenti - ; após Dezembro de 1968, durante boa parte do regime ditatorial em que durou o AI-5, a possibilidade da existência de alguma brecha para algum tipo de liberdade ´´democrática`` via-se cessada e cortada pelas raízes, liquidando um por um , movimentos de esquerda de natureza agressiva e direta. Este acirramento por parte do Regime Militar que se iniciou com Costa e Silva, que se aprofundou com Garrastazu Médici; foi sofrendo com os governos posteriores mudanças consideráveis, entretanto, pouco radicais. A chamada ´´distenção, lenta, gradual e segura`` fora a marca resumida do que significou em parte, as principais características do governo Giesel, através de medidas um tanto conservadoras no que se refere a liberalização política e um tanto de agressiva no combate aos subversivos. Sendo o quarto presidente ´´revolucionário`` a liderar o executivo federal, foi o primeiro a representar uma ruptura com a ala dos ´´castelistas``, a linha dura da ala militar, representada por Costa e Silva e o Marechal Emilio Garrastazu Médici. Assim, este rompeu, em parte, com a chamada ´´linha dura`` do meio militar; entretanto, ao contrário do que a corrente de distensão podia indicar, também se praticou políticas autoritárias, típicas das práticas opressivas tradicionais do regime ditatorial. Na obra organizada por Celso Castro e Maria Celina D’Araujo, intitulada de ´´Dossiê