A derrota dos incas e a resistência aos novos senhores políticos
A velocidade com que os poucos europeus derrotaram os incas e a pequena resistência inicial destes já foram explicadas como fruto da superioridade das armas européias. No entanto, este processo é mais complexo e a resposta assim proposta muito parcial. Uma série de outros elementos devem ser considerados, entre eles a `dessacralização` de Atahualpa e a luta pela sucessão do trono inca.
Com a morte de Huayna Cápac (décimo primeiro Inca, responsável pela expansão do Império), em 1529, dois de seus filhos começaram a disputar o cargo: Huáscar, chefe da região de Cuzco, e Atahualpa, de Quito. Embora uma historiografia marcada pelo eurocentrismo tenha explicado esta disputa segundo os princípios de `legitimidade` de um e `bastardia` de outro, de fato as disputas deste tipo, em que vários `pretendentes` ao poder se batiam a fim de definir quem seria o próximo governante, tinham sido correntes na história dos incas.
Diante dos conflitos, os espanhóis decidiram apoiar o líder cuzquenho, o que lhes garantiu o apoio de milhares de indígenas que tinham sido favoráveis a seu rival, Atahualpa. Ao analisarem a queda do Império