A Depressão

Já se tornou um verdadeiro clichê, repetido de forma invariável por Psiquiatras e até por leigos, a afirmação em que se faz saber que a Depressão é a doença do século.
Não custa nada questionarmos até que ponto tal informação é verdadeira. Deduz-se, após uma simples análise, que a Depressão ou surgiu nas últimas décadas, ou então está havendo um surto epidemiológico de proporções inusitadas, nunca visto em outra época da história.
Se fizermos uma pequena reflexão a partir de um compêndio sobre sua gênese, verificaremos que ela é coetânea dos nossos avós (e coloca avós nisso) da idade da pedra lascada.
Evidências empíricas que comprovem casos de Depressão entre os primeiros Homo Sapiens evidentemente não existem.
No entanto, se podemos concluir que não houve uma significativa alteração na constituição orgânica do homem, levando-se em conta sua história Anatômica e Fisiológica desde épocas remotas, nada mais justo que também não tenha havido alteração da Química Cerebral que é responsável pela deflagração da doença. Ou seja, a química que regula o nosso cérebro é a mesma que regulava o cérebro dos primeiros hominídeos.
Qual seria então a explicação para o grande número de casos que surgem ano após ano? Uma das respostas mais plausível é que a Depressão não era catalogada como doença até o início da década de cinquenta do século passado. A Depressão era tida como um estado de espírito melancólico próprio de alguns indivíduos e que não necessitava maiores cuidados médicos. Quando inúmeras pessoas com sintomas de Depressão procuravam assistência médica, os diagnósticos eram os mais variados: hipotireoidismo, menopausa, cansaço, estado de espírito de quem está em transição para a fase adulta ou para a terceira idade, disfunções sexuais, tristeza passageira que acomete a todos...
Constatou-se que havia uma correlação direta e muito estreita entre o número de pessoas que se queixavam dos sintomas da depressão e os casos de suicídio. Esta descoberta fez com que se