A definição oculta da arquitetura
Conclusão crítica do livro
"Saber ver a Arquitetura", de Bruno Zevi
A definição oculta da Arquitetura
- São Paulo Fevereiro de 2013 -
A definição oculta da Arquitetura
Sempre quando acompanhei pessoas leigas apreciarem uma obra qualquer, eu me convencia cada vez mais que o público vivenciava um gosto e apreciação natural à Arquitetura. Entretanto, com o avanço da minha experiência técnica e projetual, passo a ver claramente que na realidade, a Arquitetura é desprezada.
As obras arquitetônicas, sob a contemplação genérica e cru, é vista apenas como uma obra de arte enfatizada nas fachadas. Somente o valor pictórico é atribuído. Suas cores, saliências exóticas, o jogo dos cheios e vazios das janelas e portas. Considerando as eventuais exceções, pouquíssimos apreciam o árduo ato de projetar. A distribuição perfeita dos espaços, as oportunas utilizações das circulações predominantes do ar para um conforto térmico agradável, a escolha e posicionamento correto de uma janela, a aplicação de um pé-direito triplo esmagador que abrange e convida a contemplação, a escolha da cor e iluminação que setoriza o público do privado. Enfim, o real trabalho do arquiteto e de toda sua equipe é ignorado e vulgarmente conhecido apenas na produção de uma volumetria agradável. Ou ainda mais constrangedor: eles mal sabem o arquiteto responsável.
Em outra perspectiva, turistas em uma cidade histórica simplesmente visitam as obras sem sequer reconhecer suas linguagens arquitetônicas cronologicamente, desconhecem a árdua tarefa dos restauradores de manter o edifício idêntico ao original, e inocentemente se baseiam em um pobre repertório (muitas vezes equivocado) extraído de filmes e publicações de revistas.
A Arquitetura é incluída na categoria Arte, portanto ela é apresentada junto à pintura, escultura, música, cinema, entre outros. Porém é difícil encontrar alguém que aprecia uma música sem conhecer o seu