A dança no contexto escolar, rompendo barreiras e medos
Leisi Fernanda Moya¹
"Tu que moves o mundo, agora moves também a mim
Tu me todas profundamente e me elevas junto a ti
Eu danço uma canção do silêncio,
Seguindo uma música cósmica
E coloco meu pé ao longo das beiras do céu
Eu sinto como teu sorriso me faz feliz"
(Bernhard Wosien)
INTRODUÇÃO
Quando o assunto é a dança existe um consenso por parte de todos os que a estudam e discutem seu papel na escola: onde está a dança na escola? Ou seja, a dança ocupa um espaço ainda muito limitado no ambiente escolar, especialmente no que tange o seu estudo enquanto um conteúdo específico ou mesmo como uma estratégia de ensino. Essa pouca representação da dança na escola se deve a que motivo, já que culturalmente a mesma ocupa um lugar tão privilegiado em nossas festas e comemorações folclóricas?
Da mesma maneira, me questiono quando ouço um aluno mencionar que não quer aprender dança; será que não quer mesmo, ou não quer se expor? Dialogando com Hanna (1999), desconfio que a segunda hipótese talvez seja a mais verdadeira. A autora menciona que "a dança é um meio capaz de atrair e reter o olhar, um meio no qual o ser humano se identifica, onde conserva ou elimina seus limites" (p.13). Ou seja, a dança atrai olhares, exteriores e interiores e isso pode causar uma grande insegurança. O questionamento e motivação para a realização desse estudo foi: “A dança realmente não interessa aos alunos ou nós, professores, não estamos preparados para ensinar esse saber nas escolas?” Esse questionamento parte de várias falas que ouvi de colegas de profissão alegando que não ensinam dança na escola, porque os alunos não demonstram interesse algum. Tal fala se contradiz com o que tenho presenciado nas escolas por onde tenho lecionado.
O que tenho presenciado é sempre uma marginalização da dança, no qual pouquíssimos professores privilegiam o ensino da dança de modo sistematizado, crítico e comprometido