A DANÇA COMO TRADUÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
Texto produzido a partir das reuniões, leituras e discussões (Grupo Projeto Integrador: Alfredo Heim, Julie Marques, Raquel Dasan e Janaira)
1 Introdução
“A arte é uma forma de tradução universal”
(Ana Schäffer)
O objetivo desta interface entre dança, tradução e cultura é buscar construir diálogos possíveis com o eixo articulador “Linguagem e processos sócio-históricos da tradução”, seus sentidos e significados, partindo da dança e de sua evolução histórica, com o propósito de nos aproximar desta arte milenar que está inserida nas diversas sociedades influenciando na construção das relações sociais e na disseminação cultural em diferentes épocas e contextos históricos.
Começamos este texto com outro texto dentro do texto que se coloca como representação daquilo que pretendemos encenar ao buscarmos a integração entre dança, tradução e cultura, a partir do eixo articulador do semestre. Por que um texto dentro do texto? Porque a epígrafe que abre essa cena de escritura partiu de outro texto; isto é, ela foi motivada e expandiu-se pela leitura de Octavio Paz que elege o/a artista a (a) “tradutor/a universal” (apud PLAZA, 1987, p. 1). Como Paz não especifica a arte, temos liberdade de fazermos várias leituras e relações além dessa já colocada pelo autor, desde se comparar tal artista a (a) leitor/a, escritor/a, pintor/a, dançarino/a, etc.. Sob essa ótica, justificamos que quem lê, é artista das palavras; quem pinta, da pintura; quem escreve, da escrita; quem dança, artista da coreografia e do bailado.
Optamos por fazer essa leitura sob uma ótica transversal, tendo como referência para as nossas considerações sobre dança alguns pressupostos sobre o sentido da dança na obra de Nietzsche, a partir do texto de Guervós (2003, p. 83): “Nos limites da linguagem: Nietzsche e a expressão vital da dança”. Interessam-nos tais pressupostos por considerarmos que a dança como manifestação cultural traduz contextos,