Artigo Marcelo 2010 COPENE
Do Batuque ao “Samba”. 1
Marcelo Ferreira Lemos Filho2
RESUMO
As manifestações culturais dos negros sempre foram malvistas pelas elites brancas da época colonial, imperial e na república até meados do século XX, estas elites acusavam a estes sons de serem “afrontamento aos seus ouvidos”, e que fugiam das “normas e dos bons costumes” da época, estas “normas e bons costumes” eram importados da Europa. Com isso as manifestações por muito foram perseguidas, com decretos de leis que proibiam o culto das manifestações musicais que eram provenientes dos negros, denominados genericamente de batuques, que mais tarde passaria também a se chamar ainda de forma genérica de samba. Neste trabalho procuro abordar e, apesar das limitações historiográficas, explicar porque das proibições das camadas mais abastadas de folguedos dos negros – que mais tarde passaria a ser praticadas não somente pelos negros mais também pelas classes mais baixas – e como se deu a sua profusão diante de tanta polêmica e perseguição, desta manifestação que é afro-diásporica. Para a elaboração deste trabalho foram consultadas fontes bibliográficas como livros, dissertações de mestrado e tese de doutorado.
Palavras-chave: Perseguição. Batuques. Samba.
Introdução
Primeiramente busquei estudar o samba de roda pois é uma das manifestações de todas que temos no estado da Bahia que é nossa, que em nosso estado foi cultuada e propagada durante muitos anos. Apesar de todo o resquício histórico ser voltado para a Bahia, o tema é pouco estudado e abordado dentro das universidades do nosso estado, e até mesmo no cotidiano. A sua propagação hoje esta ameaçada por esta falta de conhecimento do assunto pela população. E segundo tentar entender como esta manifestação sobreviveu durante tantos anos de perseguição e estranhamento da sociedade.
Procuro esclarecer a transição da nomenclatura entre Batuques e samba, a confusão que era feita com outras