A Culpa é das Estrelas
E eis que finalmente estreou! Vou confessar que levei mais tempo do que deveria pra ler oA culpa é das estrelas; não porque eu tenha algum tipo de preconceito com ficção young adult (ficção para jovens adultos, em tradução livre), mas porque sabia que era sobre adolescentes com câncer e isso me soava apelativo em vários níveis. Eu também não tinha lido nada do John Green, e às vezes o hype me incomoda. Mas aí minha chefe foi passar uns dias em NY e chegou no escritório com o livro no original, e eu não resisti. Faço um esforço pra ler literatura contemporânea no original, já que trabalho com isso, e acho que principalmente quando se trata de young adult, as nossas editoras ainda precisam avançar um bocado na questão da tradução. Fica sempre tudo muito empoado ou muito infantilizado, quase nunca no ponto. Enfim. Catei o livro, fui pra casa e pã: me apaixonei. Não é um livro sobre crianças com câncer, é um livro sobre primeiro amor, sobre as durezas da adolescência. E sim, há pessoas jovens com câncer, mas em nenhum momento isso as define. E está aí o brilhantismo da coisa toda. Isso e o fato de que o John Green escreve diálogos bem pra caramba. Fora que há toda uma segunda camada no livro, para além da história linda e emocionante. É como se o autor fosse inserindo camadas de complexidade pra quem quiser e conseguir pescar – toda a história deles com o autor do livro preferido da Hazel é tipo uma introdução à teoria da literatura, e eu achei isso muito bacana. Daí tem o filme. Gente, que casting! Não só dos dois pombinhos principais, que são maravilhosos (a expressão do Ensel Elgort, do momento em que eles chegam em Amsterdã pra frente, muda de um jeito tão espetacular que chega a doer, e a Shay parece que nasceu para ser a Hazel). Enfim, a trilha é linda, os coadjuvantes são incríveis e eu achei que todas as cenas mais importantes do livro ficaram lindas na telona, à exceção de uma: o beijo dentro do Anne Frank Museum. E vou