A Cuca
Em carta à sua filha Dulce, em fevereiro de 1924, Tarsila escreveu: ‘Estou fazendo uns bichos bem brasileiros que têm sido muito apreciados. Agora fiz um que se intitula A Cuca. É um bicho esquisito, no mato com um sapo, um tatu e outro bicho inventado.’ A tela foi adquirida pelo Fonds National d’Art Contemporain da França em 1926 e posteriormente depositada no Musée de Grenoble, em 1928.
Tarsila
Tarsila nasceu em 1 de setembro de 1886 , no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha do fazendeiro José Estanislau do Amaral e de Lydia Dias de Aguiar do Amara.
Participou do movimento modernista em São Paulo, desde o seu início (1922) e cuja tela Abaporu (1928) inaugurou o movimento antropofágico na história das artes plásticas brasileiras. Iniciou-se na pintura (1917) estudando com Pedro Alexandrino.
Viajou para a França (1920), onde freqüentou a Académie Julien. De volta ao Brasil, uniu-se a Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, formando o chamado Grupo dos Cinco, que defendia as idéias da Semana de Arte Moderna (1922).
Casou-se (1926) com Oswald de Andrade e realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Suas obras ganharam fortes características primitivistas e nativistas e passaram a ser associadas aos movimentos pau-brasil e antropofágico, idealizados pelo marido. Separou-se e iniciou uma nova fase de sua pintura, mais ligada a temas sociais, da qual tornaram-se exemplos as telas Os Operários e Segunda Classe (1933).
Expôs na 1ª e na 2ª Bienal de São Paulo e ganhou uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna (MAM) paulista (1960). Participou de mostras coletivas e individuais nos principais museus do Brasil, França e EUA. Foi tema de sala especial na Bienal de São Paulo (1963) e expôs na 32ª Bienal de Veneza (1964) e morreu em São Paulo, nove anos depois. Sua obra teve fortes influências do impressionismo alemão e do cubismo de Léger, aos quais fundiu a experiência