A Crônica
Em A Crônica: sua trajetória; suas marcas, segundo Paulo Eduardo de Freitas, pode-se verificar um estudo que pretende ambientar a crônica e sua história, sobretudo a crônica como gênero literário no Brasil.
O autor afirma que se analisando em sua primeira acepção, a crônica assume o papel de registrar os fatos reais. Sendo assim, a crônica pode ser considerada uma forma preliminar da historiografia moderna.
Trazendo a história da crônica para contexto brasileiro, Freitas alega a existência da fusão de tipos de textos: o ensaio e o folhetim. E prossegue a ideia dizendo que essa mescla ratifica a identidade da crônica brasileira, como espaço heterogêneo.
Uma importante colocação feita pelo autor é a observação feita por Antonio Candido, Candido afirma que a crônica é um “gênero menor”. Em seguida Freitas traça análise etimológica sobre a palavra crônica e, simultaneamente, suas concepções e usualidade na história.
Freitas volta a enfatizar, “a crônica assume o papel de registrar os fatos reais ao longo de sua evolução no tempo”. Assim entendido, tal sentido pode ser facilmente identificado nas crônicas medievais portuguesas, já que estas visam primordialmente apresentar determinadas sequências de fatos organizados na ordem temporal de sua ocorrência original.
Posteriormente, o autor vai chamar a atenção para a caracterização da crônica como espaço heterogêneo, decorrente da variedade de tipos em que pode ser escrita. E faz menção a grande característica da crônica brasileira que é a combinação de gêneros.
A partir da segunda metade do XIX, o autor cita alguns nomes importantes que vão realizar o trabalho de promoção da crônica à arte literária. Tais como José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo, França Júnior, Machado de Assis, Raul Pompéia, Júlia Lopes de Almeida, João do Rio, Lima Barreto, entre outros, figuram na lista daqueles escritores que passaram a desenvolver o exercício da crônica, cada vez mais preocupados em alcançar uma dimensão