A crítica de sen as comparações interpessoais de bens primários e a perspectiva da capacidade como alternativa
O presente trabalho tem por objetivo apresentar como Amartya Sen estabelece uma alternativa às comparações interpessoais sobre igualdade, partindo de um enfoque fundamentado nas capacidades. Mais especificamente como ele concebe uma alternativa as comparações que tem por base os bens primários, concebido como elemento de comparação na teoria de John Rawls. Para deixar mais claro, procurarei apresentar primeiramente como Rawls estabelece as comparações interpessoais tendo como base os bens primários e posteriormente a resposta de Sen.
Sempre que pretendemos efetuar comparações interpessoais acabamos escolhendo um determinado espaço onde realizar tal atividade. Para executá-las é necessário ter em mente a comensurabilidade das grandezas que se pretende avaliar, pois há inúmeras variáveis passiveis de exame. Assim, como seria possível encontrar um espaço onde as comparações possam ser realizadas? Segundo Sen esta tarefa tem uma complexidade desafiadora, pois, devido à diversidade humana, o estabelecimento de igualdade em um determinado espaço não implica que o mesmo ocorra em outro espaço[1]. A igualdade em um espaço acaba andando junto com a desigualdade em outro. Portanto, parece haver uma dificuldade em estabelecer igualdade em diferentes níveis. Antes de qualquer coisa é necessário determinar aquilo que se está procurando, e a partir daí determinar a forma de proceder.
Para realizar uma avaliação da igualdade ou das desigualdades existentes, deve-se levar em conta tanto à pluralidade de espaços existentes, quanto à diversidade dos indivíduos. As perspectivas de análises interpessoais podem receber diferentes focalizações, sendo assim, a avaliação da desigualdade dependente do espaço onde a igualdade será posta em destaque. A busca dos elementos constitutivos das comparações interpessoais, bem como da avaliação da igualdade