A Crítica de Carnap a Metafísica: A Análise Lógica da Linguagem e a Origem de Pseudo-Conceitos Metafísicos
Autor: Jose Fernando Ramos Junior
Orientador: Lourival Pereira Junior
O positivismo lógico foi um movimento filosófico cuja maior atividade ocorreu entre os anos 1920-1940. Os adeptos dessa corrente reuniram-se ao redor da figura de Moritz Schilick, catedrático da Universidade de Viena, onde o grupo passou a ministrar seus seminários. Esse grupo é conhecido também pelo nome de “Circulo de Viena”. Rudolf Carnap1 foi um dos mais influentes e instigantes membros do “Circulo de Viena”. Sua posição no tocante a metafisica era de extrema rejeição e sua crítica a esse campo da filosofia influenciou muitos pensadores durante o século XX.
Entre os séculos XVI a XVIII, uma das questões fundamentais que se discutia no campo científico era o critério de verificabilidade do método científico. Na virada do século XIX para o século XX, ainda encontramos marcas profundas dessa concepção de ciência, entendida ela como a maneira ou a lógica que nos guia de forma controlada para obtenção de resultados esperados e, com ela, um conjunto de critérios de demarcação entre enunciados significativos e os não significativos.
Carnap desenvolveu uma posição de severa crítica a filosofia tradicional e a metafisica. Através de rigorosa análise dos enunciados das ciências naturais em contraste com enunciados metafísicos, ele procura formular critérios válidos para revelar os problemas lógicos da linguagem e criar critérios para a viabilidade lógica dos discursos científicos. Nesse sentido, ele inicia a obra Superação da metafísica pela análise lógica da linguagem (2009) destacando que desde os céticos gregos até os empiristas do século XIX a Metafísica tem se deparado com muitos opositores. Essa estratégia preliminar revela de saída o pano de fundo das intenções do autor, colocar-se, como um crítico opositor da metafísica, mas, não apenas movido pela dúvida cética, e sim de posse dos