a crise, a troika e alternativas a mesma
A crise em Portugal e possíveis alternativas à mesma
Introdução Por cada vez que um governo entra em funções, atribui ao governo anterior as culpas de toda situação negativa em que o país se encontra. É, no entanto, difícil afirmar que foram essencialmente os erros das prévias governações que nos conduziram à crise em que nos encontramos e à ajuda financeira externa a que que nos vimos obrigados a recorrer. As condições que conduziram à crise começaram a revelar-se há cerca de duas décadas, derivadas da conjugação de uma integração europeia disfuncional, de alterações significativas no contexto global e de fragilidades na economia e na sociedade Portuguesa. Mas, afinal, o que conduziu a economia Portuguesa à crise? O que é a troika? Quais são as alternativas a esta depressão em que nos encontramos? – Serão estas questões que me proponho a responder ao longo do presente trabalho.
O que conduziu a economia Portuguesa à crise? A crise financeira de 2008 foi a maior da história do capitalismo desde a grande depressão de 1929. Começou nos Estados Unidos após o colapso da bolha especulativa no mercado imobiliário, alimentada pela enorme expansão de crédito bancário e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros. O evento detonador da crise foi a falência do banco de investimento Lehman Brothers no dia 15 de setembro de 2008, após a recusa do Federal Reserve (Fed, banco central americano) em socorrer a instituição. Essa atitude do Fed teve um enorme impacto sobre o estado de confiança dos mercados financeiros, rompendo a convenção dominante de que a autoridade monetária norte-americana iria socorrer todas as instituições financeiras afetadas pelo colapso da bolha especulativa no mercado imobiliário.
Esta crise teve repercussões desastrosas para a economia da zona euro, nomeadamente Portugal. Pode-se, por isso, ainda dar uso à emblemática expressão “Quando os EUA espirram o resto do mundo