A crise de 1929
A Crise de 1929, também conhecida como Grande Depressão, deve ser entendida no contexto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), que se mostrou especialmente trágica às nações europeias. Mesmo nos países vitoriosos, como Inglaterra e França, as consequências do conflito foram calamitosas, notadamente em relação às estruturas econômicas. Indústrias paralisadas, campos queimados, estradas destruídas foram apenas alguns dos inúmeros problemas enfrentados por estes mercados, fragilizando acentuadamente sua capacidade produtiva.
Por outro lado, a Grande Guerra favoreceu o crescimento econômico de outro país que, se antes mesmo do conflito já se colocava como uma potência emergente, assumia agora uma indiscutível relevância internacional, os Estados Unidos da América. Distante dos enfrentamentos da guerra, ocorridos basicamente em solo europeu, os EUA não foram atingidos em sua capacidade fabril. Ao contrário, as crescentes demandas de uma Europa debilitada incentivaram ainda mais sua produção.
Superprodução
Internamente, a economia americana também encontrava incentivos para crescer, já que o mercado consumidor nacional apresentava-se cada vez mais pulsante. Neste momento, o American Way of Life fundamentava o consumismo no país ao vincular o bem-estar das pessoas ao seu poder de compra. Deste modo, a crença de que a felicidade estaria necessariamente vinculada ao consumo estimulava, portanto, o desenvolvimento das indústrias estadunidenses.
Toda esta conjuntura de prosperidade começou a dar os primeiros sinais de fragilidade à medida que a economia europeia iniciou um processo de recuperação em meados dos anos 20, diminuindo as importações oriundas dos EUA. Concomitantemente, o mercado interno norte-americano mostrava-se cada vez mais saturado, contribuindo para a desaceleração da produção industrial. Em um cenário marcado por forte especulação financeira, passou a ganhar corpo, então, uma crise fundamentada na perigosa interação entre o aumento