A Crise Da Monarquia E O Ultimato De 1890
O fracasso final da aventura colonial africana marcou a crise final da monarquia e o auge do republicanismo. Depois dos avanços da França e da Bélgica na Bacia do Congo, Portugal encorajado pelos Britânicos, reivindicou estes territórios. A conferência de Berlim (1884-1885), que reuniu as principais potências europeias para solucionar os conflitos motivados pela partilha de África, consagrou o princípio da ocupação efetiva dos territórios reivindicados por cada potência, em detrimento dos argumentos históricos. Por esta razão, Portugal acelerou os planos de ocupação militar da área compreendida entre Angola e Moçambique, o chamado “Mapa Cor de Rosa”, chocando assim, com os interesses das outras potencias interessadas no controlo da Região (Bélgica, Alemanha e principalmente, o Reino Unido, que planeava construir na África Oriental um “império contínuo” desde o Egipto até ao Cabo da Boa Esperança).
Entretanto, com a morte de D. Luís, subiu ao trono o seu primogénito, D. Carlos (1889-1908). A proclamação da República no Brasil, feita através de um golpe de Estado militar, teve um impacto na opinião publica portuguesa. No entanto, teve ainda maior influência a chamada crise do Ultimato, em 1890, ocasionada pela exigência feita pelo Reino Unido a Portugal para que o país renunciasse definitivamente aos territórios de África Central situados entre Angola e Moçambique, pedido que foi aceite. O Rei foi acusado de traidor, sucedendo-se as manifestações populares que reclamavam a sua expulsão.
A humilhação subsequente da população portuguesa desemboca na revolta republicana ocorrida na guarnição militar no Porto, na madrugada de 31 de Janeiro de 1891, sendo o culminar de uma onda de descontentamento que o Ultimato de Janeiro de 1890 gerara em todo o país, foi a primeira revolta de cariz republicana a abanar as estruturas monárquicas.
Após o Ultimato Inglês, generaliza-se por todo o país, sobretudo entre as classes mais