A crise africana
Arrighi então, afirma que o grande objetivo de seu ensaio é jogar um novo olhar sobre a transformação da região, catalisada pela crise, inserindo a experiência africana num contexto da economia política internacional. Sendo assim, sua investigação serviria a dois propósitos. O primeiro seria avaliar em que extensão a crise poderia ter sido prevista através de sua teoria de economia política. E o segundo seria reparar deficiências teóricas tanto de suas proposições como das que foram apresentadas em resposta à crise.
Existia uma interpretação dominante sobre as causas e origens da crise africana que via como grande responsável "más políticas" e um "mau governo" praticado pelas elites africanas detentoras do poder. Essa interpretação tem como principal representante um documento de 1981 do Banco Mundial conhecido como Relatório Berg. Segundo essa corrente os governos africanos teriam minado o processo de desenvolvimento ao destruir os incentivos à produtores agrícolas para aumentar a produção e exportação. Assim, exemplos dessas "más políticas" seriam a supervalorização da moeda nacional, descuido com agricultura familiar, indústrias manufatureiras altamente protegidas e o excesso de intervenção do Estado na economia.
Podemos perceber então que há uma forte influência do histórico colonialista e de exploração que influênciou e determinou de alguma forma o futuro da