A criança conectada
(Arnaldo Rabelo)
As crianças de hoje já nasceram na era da internet. Para elas, ouvir mp3, enviar SMS, bater um papo no MSN e pesquisar no Google não são coisas novas ou tecnológicas – são o jeito que elas conhecem para interagir à distância, se divertindo e aprendendo.
Apesar disso, o uso da internet, celulares e outros meios interativos é uma oportunidade desprezada por várias empresas do setor de produtos infantis, que insistem em investir apenas na velha fórmula de comerciais de TV, anúncios em revistas, outdoors e materiais de ponto-de-venda. A internet muitas vezes é vista como um espaço para a publicação de um site simples, uma espécie de folheto eletrônico. O máximo que fazem é publicar alguns joguinhos.
Esta é uma visão muito pobre das possibilidades que a internet abre para as empresas. O seu bom uso exige uma mudança de visão. As empresas não precisam considerar que os únicos espaços na internet para elas são os “oficiais”: sites corporativos ou ambientes construídos por elas. Sua presença na internet também deve ser distribuída, participando de discussões em redes sociais, fornecendo e comentando notícias para blogueiros, tendo sites para celulares, publicando vídeos, músicas, conteúdos de entretenimento e educação.
Devem ser consideradas ações para cada público: mães, crianças de 4 a 7 anos (com atividades lúdicas e simples, que não exigem leitura) e crianças de 8 a 12 anos (com atividades mais elaboradas e que permitam a interação segura entre crianças). A adequação para meninos e meninas também é importante, pois suas preferências e interesses são muito diferentes.
A internet está se tornando o segundo principal meio de comunicação com a criança, logo após a TV e empatada com as revistas. Quem pensa que esse é um fenômeno de primeiro mundo e que não se aplica tanto ao Brasil, está enganado. O Brasil é o maior usuário de redes sociais online e é onde as pessoas passam mais tempo conectadas – comportamento