A corrupção no brasil
FERNANDO FILGUEIRAS Doutorando em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ) Mestre em Ciência Política (DCP/UFMG) Professor de Teoria Geral do Estado da Universo – Juiz de Fora Membro do Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa” da UFJF. fernandofilgueiras@hotmail.com
Resumo
Este artigo tem o propósito de averiguar o quadro teórico/conceitual da corrupção a partir do viés da teoria política clássica e moderna. O resultado é o estabelecimento de um traço comum a este fenômeno, que perpassa diacronicamente, na evolução histórica da sociedade, as teorias políticas: de que a corrupção é a sobreposição das vantagens privadas ao bem comum. Contudo, apesar deste traço comum, a história das idéias políticas reservou diferentes dinâmicas para a corrupção, que variam conforme o ponto de vista metodológico adotado e o contexto filosófico geral no qual estas teorias foram produzidas. A partir da montagem deste quadro teórico/conceitual da corrupção, podemos analisa-la de recorrendo às formas de acordo com as quais as tradições do pensamento político pensam a mediação de interesses entre os atores políticos, as formas de construção da legitimidade e as causas da corrupção.
Palavras-Chave Corrupção, legitimidade, teoria política.
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A TEORIA POLÍTICA DA CORRUPÇÃO
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I Neste ensaio, abdico da boa parcimônia em nome de um tema que tem merecido pouca atenção por parte dos estudiosos da política. Esse abandono se dá justamente porque o propósito é recuperar os mecanismos metateóricos de análise da corrupção na política, ressaltando a forma de acordo com a qual os autores do pensamento político, desde o pensamento clássico, trataram esse fenômeno. Por se tratar, portanto, de uma metateoria da corrupção, deixo claro que os autores aqui trabalhados não estão contextualizados no círculo histórico/lingüístico que os cercam. Por isso que a parcimônia não será o horizonte