A COR no processo criativo, um estudo sobre Bauhaus
A maior parte de seu Do espiritual na arte é uma tentativa de produzir um dicionário das formas e cores a partir de seus significados espirituais. A cor, por exemplo, é analisada a partir de quatro variáveis (quatro sons, diz Kandinsky):
1. o calor ou o frio da cor, que são traduzidos empiricamente pela tendência geral da cor em dirigir-se para o amarelo (quente) ou para o azul (frio)
2. a claridade ou a obscuridade da cor
O par amarelo e azul produz dois movimentos gerais, um horizontal e outro excêntrico/concêntrico. No movimento horizontal, o amarelo realiza um deslocamento psíquico da cor em direção ao observador (corporal) enquanto que o azul, ao contrário, realiza um deslocamento do espectador em direção à cor (espiritual). Por outro lado, o amarelo é responsável por produzir um movimento excêntrico, isto é, de distanciamento de seu próprio centro enquanto que o azul realiza movimento diverso, em direção ao seu próprio centro (concêntrico).
Subsequentemente, em seu Do espiritual na arte, Kandinsky passa em revista todas as outras cores do espectro, declarando suas componentes psíquicas, em função das quatro variáveis iniciais.
Durante a 1ª Guerra, Kandinsky volta à Rússia e participa ativamente da reconstrução cultural durante os primeiros anos da Revolução. Kandinsky desenvolveu atividade docente, envolvendo-se na constituição de diversos institutos de arte russos, entre os quais o NARKOMPROS (Comissariado do Povo para a Formação Cultural) e o INCHUK (Instituto de Cultura Artística). Ele pesquisou as relações entre a psicologia