A cor do Paraiso
Por Camila da Silva Diniz
O filme A Cor do Paraíso produzido no Irã, em 1999, com roteiro e direção de Majid Majidi, retrata a história de Mohamed (Mohsen ramezani), um menino cego, em sua relação conturbada com seu pai Hashem (Hossein Mahjub) e sua querida avó Franny (Salame Feizi).
Mohamed vivia em um colégio interno para garotos cego, porém, quando o período letivo termina e ele precisa ir para a casa, o seu pai não quer levá-lo. Temendo lidar com a cegueira do filho, Hashem alega ao professor não saber como cuidar dele depois que sua esposa morreu. Não sendo possível deixá-lo na escola, carrega-o consigo, porém, tenta mantê-lo escondido dos conhecidos de sua cidade, e até mesmo da família da moça com quem pretende se casar.
Hashem, pai do menino, o tempo inteiro o trata como se ele fosse uma carga, considerando-o um empecilho para suas próprias realizações de vida, e por ter deficiência visual, também incapaz de realizar coisas comuns às crianças de sua idade. Este fato se torna evidente quando ele censura a avó do menino por deixa-lo ir à escola onde suas duas irmãs estudam. Contudo, à despeito dos temores do pai, o menino é inteligente, sendo destaque na escola. Ele se lança ao mundo com vontade de viver, sentir, correr e de ser conhecido, amado e aceito pelas pessoas ao seu redor. É sensível aos sons da natureza, ama e cuida dos animais. Utiliza sua audição e o tato para conhecer e interagir com o mundo de uma forma única. Ele é capaz de mover-se, perceber o que acontece ao seu redor e realizar as coisas que deseja. Em nenhum momento do filme Mohamed é mostrado como um incapaz, pelo contrário, é evidenciado que ele consegue fazer o que as outras crianças fazem, indo mesmo além do que outras crianças fazem; por exemplo, ele lê de maneira excelente e em um momento percebe pelo som que um passarinho está fora do ninho, achando-o e colocando de volta ao seu lugar. Com estes conhecimentos à respeito dos interesses e capacidades de Mohamed,