A contribuição das religiões e do direito para a paz social
Atualmente, muitos apontam a contribuição das tradições religiosas como portadoras de uma mensagem de paz para a humanidade. Contudo, paz e religião parecem ser duas realidades de difícil convivência. Efetivamente, é mais comum o binômio violência e religião. Diante desse contrassenso, não há como negar a responsabilidade que as tradições religiosas tem nesse quadro. Não obstante, o fato de serem responsáveis faz com que as religiões possam contribuir com aquilo que lhes é peculiar. As experiências religiosas colocam o ser humano diante do desafio maior de nossa existência: a capacidade de dar respostas aos desafios que nos interpelam. Em um artigo sobre a religião como solução para o problema da violência, Jose M. Castilho percebe como na história da humanidade o fator religioso está, de modo geral, relacionada com a questão da violência. A violência nos obriga a repensar a relação entre religião e violência. E, por mais que as religiões preguem a paz, sabe-se que com freqüência, o fator religioso é um determinante fundamental das agressões que os seres humanos cometem uns contra os outros. Englobando assim a questão do fanatismo em que o “fanático” assume um posicionamento violento para defender as ideias divulgadas pela religião a qual ele acredita ser a certe. Nesse sentido, surgem teorias mais críticas que apontam as tradições religiosas monoteístas como as mais propensas ao uso da violência e, como tal, responsáveis pelo seu o aumento indiscriminado, na esfera religiosa e em geral. O monoteísmo é visto como uma negação da diversidade. Comparado com o politeísmo que aceita a diversidade de seres divinos, o monoteísmo age como uma força negadora do diferente, impondo despótica e tiranicamente sua crença e sua verdade que se tornam tão absolutas quanto à própria