A CONSTRUÇÃO DOS VALORES E A DIMENSÃO AFETIVA
Falar a respeito do tema “A construção dos valores e a dimensão afetiva” no cotidiano escolar, a meu ver, permeia todas as demais temáticas abordadas na disciplina “Práticas escolares, diversidade, subjetividade”. Ademais, meu interesse sobre o assunto também está relacionado a um contexto construtivista no qual esteve inserida minha trajetória escolar durante a infância e a adolescência. Estudei em uma escola particular, de pequeno (depois médio) porte. Os donos faziam parte de uma família do bairro, o ambiente escolar era de proximidade com alunos, pais e funcionários. Comecei no maternal, em 1984, e me formei no terceiro ano do ensino médio em 1999 (fiz somente a antiga quarta série do ensino básico em escola pública municipal).
O currículo incluía aulas de culinária (ensino infantil), aula de artes (ensino infantil a fundamental), aula de filosofia (ensino fundamental a médio), línguas estrangeiras (inglês, francês), além de atividades extracurriculares (teatro, esportes, etc.). O espaço físico era lúdico – havia “parquinhos”, viveiro de aves, horta, galinheiro, laboratórios – e distribuído em três unidades próximas (ensino infantil, básico e fundamental/médio). Hoje acredito que, para a época, esta escola tinha um projeto escolar bastante arrojado, com uma infraestrutura coerente, inclusive no que diz respeito à responsabilidade social no oferecimento de bolsas de estudo (não chegava a ser elitizado, pois havia outras escolas particulares maiores e mais caras na região). Era, portanto, um ambiente escolar estimulante e propício ao processo de ensino-aprendizagem.
Quando Araújo (2007) se refere à educação em valores, acredito que minha trajetória escolar pessoal esteve intimamente relacionada à referência piagetiana “a uma troca afetiva que o sujeito realiza com o exterior, objetos ou pessoas” (ARAÚJO, 2007, p. 19):
“[...] os valores e as avaliações que fazemos no cotidiano pertencem à dimensão geral da