A CONSTRUÇÃO DO FUNK OSTENTAÇÃO NA CLASSE SOCIAL MARGINALIZADA
Larissa Antonia M. de Jesus
RESUMO
A cultura com todas as suas nuances é direito de todos, bem como a manifestação e divulgação da mesma. Apesar desta premissa constitucional, o que temos é uma marginalização das culturas ditas populares, de maneira que, as comunidades carentes das grandes cidades têm seus costumes, hábitos e comportamentos, incessantemente questionados e ridicularizados pelos demais setores da sociedade. Neste cenário de preconceitos sociais, historicamente alicerçado numa sociedade capitalista e opressora, cujas elites determinam o que é “bom” ou “ruim” do ponto de vista artístico ou cultural, que surge o “Funk Ostentação”, movimento musical (dança e música) contemporâneo, oriundo das favelas, com milhares de adeptos, altamente difundido e potencialmente comercializado por gravadoras e veículos de comunicação. Na esperança de uma vida melhor, na luta constante por um tratamento igualitário, os jovens da periferia entoam nessas canções, toda a rebeldia suburbana, um grito de contestação. O que ocorre, em grande parte das vezes, é uma má interpretação ou desconhecimento da linguagem cultural popular, pelas classes economicamente dominantes, gerando mais preconceito e discriminação. É preciso educar nossa sociedade para o multiculturalismo, apontando para as diferenças não só sociais como culturais, étnicas, históricas etc. Questionar a atual conjuntura social e econômica brasileira, é papel de todos, faz parte da construção de uma sociedade democrática, neste sentido, a população das regiões periféricas do nosso país tem todo o direito, o legitimo direito de participar efetivamente das mudanças sociais almejadas. É a cultura, um instrumento fundamental neste processo de transformação; elemento capaz de apontar para a solução das mazelas existentes em nossa sociedade.
Palavras - chave: cultura; periferia; multiculturalismo; mudanças sociais.