funk
(re)conhecido, comercializado.
Todavia, nessas periferias estão se organizando, se encontrando e se
(re)conhecendo muitos atores que recusam a etiqueta de “carentes”, e que airmam seu direito de se autorrepresentarem através da cultura, da arte e da ação coletiva.
Os ensaios e artigos reunidos na coletânea “Política Cultural com as
Periferias: práticas e indagações de uma problemática contemporânea”, resultado do trabalho realizado no
Curso de Extensão Periferias em
Cena do Instituto Federal do Rio de
Janeiro, descortinam essas outras periferias. Aqui o foco não é a carência, mas as expressões de luta, resistência, criatividade e ousadia quem marcam esses territórios. Nas periferias apresentadas aqui, a cultura é um recurso abundante, mas a cidadania ainda é um bem escasso.
O Estado atua nas suas “margens” de forma arbitrária, hierarquizada e ilegal, transformando a exceção em regra e deinindo de fora para dentro que cultura é legítima, e portanto passível de ser produzida e consumida, e o que deve ser rejeitado, através da criminalização. É o caso do Funk, objeto de diversos trabalhos aqui presentes. Mas a criminalização aparece também na roupagem de iniciativa de “prevenção ao crime” que é imputada a muitos projetos culturais, quando realizados nos territórios periféricos. Contudo, é sobre a dimensão de potência e resistência da cultura da periferia que se debruçam os ensaios: sobre o poder de falar