cultura dos grupos
José Machado Pais
207
VI
VI CULTURAS DE GRUPOS
Grupos e afiliações sociais
Uma simples consulta da lista telefónica confronta-nos com a existência de grupos da mais variada natureza: grupos de acção comunitária, grupos recreativos e desportivos, grupos culturais, grupos excursionistas, grupos económicos, grupos de consultadoria e gestão, grupos de teatro, grupos tauromáquicos… sem falar de grupos mais bizarros como um denominado
«Grupo Onomástico os Josés». Também nas comunidades virtuais encontramos variadíssimos grupos. No Google, por exemplo, aparecem grupos de
«arte e entretenimento», grupos de «pessoas», grupos de «lar», grupos de
«saúde», grupos de «ciências/tecnologias», grupos de «computadores», grupos de «escolas e universidades», grupos de «lazer», grupos de «negócios», grupos de «notícias», grupos de «sociedade e humanidades», etc.
Porém, nem todos os grupos têm as mesmas características. Embora todos eles pressuponham interacções entre um determinado número de pessoas, a natureza das afiliações, a revindicação de uma identidade própria ou a regularidade dos contactos são atributos que diferenciam os grupos sociais, entre si e os distinguem de outro tipo de associações ou agregados sociais onde os influxos sociais podem ser mais difusos ou até mesmo inexistentes. É o que se passa com pessoas numa fila à espera de autocarro ou praticantes de jogging num jardim público. O mesmo acontece quando, perante qualquer tragédia ou acidente, se formam ajuntamentos de pessoas. O que as aproxima?
Curiosidade? De facto, quando se dá uma colisão de automóveis, muita gente se amontoa na ânsia de saber da dimensão dos estragos, se houve feridos, talvez mortes. Se uma ponte tombou, um comboio descarrilou, uma lezíria inundou… surge um corrupio de mirones a ver o que ocorreu. Pouco importa que a televisão lá esteja para cobrir o acontecimento, o importante é ver o que ocorreu com os próprios olhos, de forma a nada deixar escapar.
A presença da