A CONSTRUÇÃO DO CASO CLÍNICO: UMA CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE À PSICOPATOLOGIA E A SAÚDE MENTAL
Ana Cristina Figueiredo
O campo da saúde mental é amplo e heterogêneo, tanto no que diz respeito às referências teórico-práticas, quanto ao conjunto de instituições envolvidas na atenção e cuidados da rede pública.
Desta forma, essa variedade abrange desde os programas comunitários, com uma atuação ainda muito restrita nos PSF, passando pelos ambulatórios e pelos CAPS, onde se define uma proposta de reabilitação e ressocialização, culminando nos hospitais psiquiátricos, onde se encontra a psiquiatria em seu território por excelência.
A psicanálise surge através de uma concepção que avança do particular para o singular, retomando o geral a partir dos efeitos colhidos. O singular, nesse caso, seria a articulação do particular de uma referência diagnóstica (histeria, esquizofrenia paranóide, etc). Assim, sua atuação ocorre no movimento do sujeito do inconsciente.
A ação clínica atua sobre o geral, dado por determinadas diretrizes do campo da saúde mental, como: a reabilitação, a cidadania, a autonomia e a contratualidade, que visam ampliar as relações sociais dos usuários e fazer proliferar suas possibilidades. Nesse sentido, diagnóstico e tratamento seriam indissociáveis e intercambiáveis: o tratamento também definiria o diagnóstico e não apenas o contrário.
Há uma relação estreita do sujeito ao sintoma – seja o sintoma neurótico ou as produções psicóticas – se o sintoma não vai sem o sujeito, e esse sujeito é o do inconsciente, o sintoma, como já sabemos, é uma formação (neurose) ou uma exposição do inconsciente (psicose).
Conclui-se, portanto que a psicanálise não é o efeito de um saber do Outro sobre uma história e, sim, o feliz encontro entre as ferramentas conceituais do analista – pulsão e objeto, por exemplo – e as contingências de uma história, produzindo um caso e, no melhor dos casos, um novo sujeito
Através desse processo e da