Psicopatologia e as estruturas
A psicanálise freudiana favoreceu a construção de um novo modelo de abordagem dos tipos clínicos (neurose-psicose-perversão)
Georges lanteri-laura constrói três paradigmas da história da psiquiatria:
1º) paradigma da alienação mental. Corresponde À fundação da psiquiatria e à inclusão da loucura no campo da medicina.
2º) paradigma das enfermidades mentais. Para Falret, a alienação mental compunha-se de enfermidades distintas, com seus signos próprios e modo singular de evolução. A semiologia psiquiátrica tornou-se, dessa maneira, rica de detalhes, objetivando diagnóstico, prognóstico e tratamento adequado.
3º) paradigma das grandes estruturas. Esse paradigma foi marcado por vários fatos importantes, sendo a presença da psicanálise na psiquiatria um deles. Nele, as patologias passam a ser ordenadas com contribuições da psicanálise, permitindo a psiquiatria organizar o que não correspondia a lesões cerebrais evidentes e a fatores exógenos, ou seja, aquilo que não dizia respeito a algo orgânico específico. Dessa forma, a simples associação de sintomas passou a dar lugar ao que seria a expressão de uma personalidade humana. Percebe-se, portanto, que a influência da psicanálise foi decisiva na ordenação de um campo psicopatológico.
O termo neurose destinava-se a nomear um grupo de enfermidades nervosas, indicando que na neurose havia vinculação intrínseca com a alteração do sistema nervoso. Antes de Freud, as obsessões e fobias não faziam parte do campo das neuroses. Já o termo psicose era utilizado para designar manifestações psíquicas da enfermidade da alma, sejam elas neuroses ou a própria loucura. Até aproximadamente o final do século XIX, “psicose” era também sinônimo de psicopatia. Assim, até Freud, a diferença entre neurose e psicose não era clara, ficando ele encarregado de demarcar o diagnostico diferencial entre elas.
A abordagem freudiana do adoecimento neurótico comporta uma concepção dinâmica, na qual a