A construção de sentidos sobre a homossexualidade na mídia brasileira
Darde, Vicente William da Silva. Em Questão, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p. 223 -234, jul./dez. 2008.
“O jornalismo, entendido como construtor de sentidos sobre a realidade, é um discurso que deve representar a diversidade de pensamento da sociedade contemporânea. No entanto, as representações dos gays criadas a partir do discurso jornalístico podem determinar e/ou intensificar o processo de marginalização dos homossexuais na sociedade, excluindo-os do exercício da cidadania e contribuindo para o crescimento da homofobia.” (p. 223).
“A busca pelo reconhecimento social, amparada num discurso de conquista da cidadania, será bem sucedida quando a imprensa transformar o caráter arbitrário da cultura dominante na sociedade brasileira em culturas paralelas entendidas como diversidade.” (p 223).
“Um dos principais deveres do jornalismo é o de dar lugar à pluralidade das vozes sociais, expressando a multiplicidade de formas culturais e incluindo os que parecem viver à margem da sociedade.” (p. 224).
“Os fatos imediatos do cotidiano transformados em notícia, são compreendidos como ‘naturais’, e não socialmente construídos através dos múltiplos discursos.” (p. 224).
“É através do conceito de heteronormatividade que entendemos estarem fundados os valores-notícia responsáveis pela produção de discursos e sentidos sobre comportamentos, indivíduos e grupos na sociedade pela mídia.” (p.224).
“Os gays são vistos, principalmente, pelo poder de compra que detêm, e atraem cada vez mais empresas interessadas em explorar novos nichos de mercado.” (p. 225).
“Dessa maneira, a influência dos católicos e protestantes na visão da sociedade determinou que esta desenvolvesse uma homofobia, ou seja, uma aversão à homossexualidade.” (p.225).
“Porém a visão da sociedade quanto à identidade sexual começou a mudar quando a igreja relacionou a moralidade com a conduta sexual, criando uma tradição que