A construção da identidade de Minas
Minas Gerais, Regionalização e Identidade, 1821 – 1893
Luiz Fernando Saraiva1
Lílian França da Silva2
Resumo: A presente pesquisa pretende discutir a formação da província de Minas Gerais no século XIX como reflexo das diversas atividades econômicas que irão compor o “mosaico mineiro”. Tal discussão busca identificar a criação de ‘identidades mineiras’ a partir da interação das relações sociais com as instituições políticas construídas no período. Desta forma, a atuação política surge com reflexo não direto dos principais interesses e atividades econômicas das diversas regiões desta, que foi uma das maiores províncias brasileiras no Oitocentos.
Palavras-chave: Minas Gerais – Regionalização – Crescimento Econômico
Em 1893 a decisão da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais criando a
Cidade das Minas ou Belo Horizonte como ficou conhecida a nova capital, encerrou um período marcado por profundas discussões sobre o ‘espaço’ mineiro. Essas discussões atravessaram todo o século XIX e, de maneira peculiar em relação as demais províncias do Brasil, expressaram a diversidade econômica e política desta que foi uma das maiores províncias do Império.
Entre 1821 e a criação da nova capital encontramos alguns conflitos políticos armados
(como em 1821/23, 1833 e 1842); pelo menos 20 movimentos separatistas ocorridos na
Província, depois Estado de Minas Gerais; cinco projetos propondo a mudança de sua capital, além de inúmeras leis reorganizando as divisões administrativas internas como distritos, paróquias, vilas, municípios, comarcas e bispados. Esses movimentos expressam em nosso entender uma das questões mais fundamentais para a compreensão da dinâmica mineira no período e o tema central deste trabalho: A criação de identidades políticas distintas a partir da expansão de diversas atividades econômicas e a configuração de formações econômico-sociais específicas para as várias regiões mineiras.3
Ainda no período da Independência entre 1821