A construção da família contemporânea
Para o autor Philipe Áries, a estrutura familiar que conhecemos hoje, não é igual a do século XIX. A casa que antes além de moradia era o local de trabalho do homem, muda de cenário com a revolução industrial; o cidadão, começa a ficar mais tempo fora por conta das mudanças sociais, políticas e econômicas da época. Deste modo, a casa se torna refúgio, o trabalho estando separado do meio familiar modifica os sentimentos e a família que antes se unia com objetivos políticos passa então a basear seus laços e alianças em sentimentos como amor, paixão e desejo; a criança também é vista de outra forma, se antes era tratada como pequenos adultos sem grande valor, passou a ser o centro da família.
A crise familiar começou a acontecer quando a família se encontra sobrecarregada com difíceis tarefas; ao mesmo tempo em que é imposto o dever de amar, tranquilizar, acolher; deve-se também preparar para o trabalho, educar, dar responsabilidades; porém a família não deixa de ser importante para a socialização do sujeito e para o seu desenvolvimento.
Lasch, chama à atenção para as sociedades americanas em que os pais querem ser responsáveis apenas pelos bons momentos ao lado dos filhos; corrigir, pôr de castigo, ensinar, tudo isso ficaria por conta das instituições educacionais. Os pais não querem ser tachados como chatos ou autoritários pelos filhos, perdem com isso a noção de que, a criança precisa além do amor e atenção, muitas das vezes de limites, pois uma relação entre pais e filhos sem conflitos, onde os pais realizam todas as vontades dos filhos, não é sinônimo de eficácia.
Mizhari, aponta ainda que a ausência dos pais é suprida pela mídia, em especial a televisão,a criança ou o adolescente muitas vezes é formado e educado pela mídia, reproduzindo fielmente a “educação” aprendida por este meio. Desta forma o seu desenvolvimento é pautado em valores de mercado consumidor, deixando de lado os valores